segunda-feira, 6 de abril de 2009

Fugir...

A minha casa está repleta de recordações.

Cada parede, cada divisão, cada metro quadrado, assistiu e viu-se envolvido em cenas de amores, desamores, discussões, pazes, dádivas, desprezo, dúvidas, paixão, sexo, início e fim.

Ao percorrer a casa recordo-me desses momentos. É inevitável. E por isso, depois de cada separação, de cada final, a abandonei. Saí com o intuito de não me lembrar, de me esquecer do que lá tinha vivido.

Porém, apercebi-me que todas essas memórias vivem em mim. Posso fugir mas não me posso esconder.

São essas vivências que me constroem, que fazem de mim quem eu hoje sou.

Não adianta fugir, até porque não posso mudar de casa sempre que as minhas relações falham. A fuga não é a solução, esteja onde estiver as minhas memórias continuam em mim.Tenho que aceitar, processar tudo o que aconteceu, retirar as aprendizagens e caminhar em frente com a esperança de que da próxima vez será melhor... ou não.

1 comentário:

S. C. R. disse...

Podia ter sido eu a escrever este texto.
Nunca mudei de casa, o que me acontece é que, hoje em dia, tenho muito mais cuidado com as pessoas que levo para dentro de casa.
Porque o passado ainda lá vive, e é muito complicado olhares para certas paredes e te lembrares que quem as pintou, não vai voltar a bater à porta...
Pelo menos com o propósito que batia antes...
E sabia sempre tão bem...