domingo, 18 de outubro de 2009

As várias RitaS

Eu sou a Rita.

Mas esta Rita que eu sou é muitas ao mesmo tempo, é quase como os livros da Anita, sou a Rita filha, a Rita mana, a Rita namorada, a Rita amiga, a Rita professora, a Rita aluna, tantas Ritas que vivem e coexistem dentro de mim.

Por vezes nem me apercebo da quantidade de identidades que vivem em mim até ao momento em que são atingidas. Assim aconteceu quano estive em Erasmus em que nunca me tinha sentido tão portuguesa, tão europeia, como naquele momento e naturalmente nunca mais o senti. Nunca senti que a minha condição de mulher fosse forte até ao momento em que me senti discriminada. Nunca me senti tão professora como quando pisaram a minha classe profissional.Deixarei de refilar e de defender com tanta tenacidade e garra os Professores quando nos derem tréguas. Até lá não me provoquem porqu sou uma leoa em posição de ataque.

E essa é outra Rita, a Rita leoa. Prazer.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Gosto de postais

Adoro receber postais, são os meus “recuerdos” predilectos. Gosto mais de postais do que dos imans com o sol, com os golfinhos, com as conchinhas ou com o monumento típico lá do sítio.

Sinto que apesar de longe, ou às vezes apenas a alguns metros de distância, se lembraram de mim, pensaram em mim e decidiram mimar-me…

O que é igualmente curioso é o que surge escrito nesses postais, porque o que é que se vai dizer em tão pouco espaço quando é sabido que as imagens valem mil palavras? Poucos são os que vão além da descrição daqueles dias como que a fazer inveja aos que ficaram… mas há outros que usam aquelas linhas para nos surpreender e são esses postais, são exactamente esses que valem a pena ser guardados naquela caixinha dentro do armário.

domingo, 4 de outubro de 2009

Eu não sei dizer...

Não consigo escrever sobre ti.

Queria escrever o quão importante és para mim, que és o meu lar, que sem ti sinto-me sozinha no meio desta multidão, sinto-me desalojada dentro da nossa casa.

Queria conseguir escrever decentemente o quanto te amo, o quanto me preenches, me completas, me fazes feliz, me fazes sorrir, como de repente eu deixei de ansiar pela vida porque sinto que A vida está agora a acontecer e eu sou feliz.

Queria dizer como agora sei e compreendo as minhas inseguranças, os meus receios e que por ti, apenas por ti, ponho um pé em frente ao outro e avanço. Queria ser capaz de descrever o que o teu toque, as tuas palavras, os teus beijos, as tuas carícias, provocam em mim, as explosões, a loucura, a paixão que um só gesto, um sorriso, um só olhar…

Ambicionava escrever suficientemente bem para conseguir explicar o que mudou a partir daqueles tantos momentos, o que eles me transformaram, o efeito que tiveram…

Gostava, desejava, ambicionava, ter o dom de transformar todos estes pensamentos, todos estes sentimentos e sensações num português bonito para que percebesses o quanto te amo. Mas é esse mesmo amor que me embriaga, que me entontece, que me retira a concentração e torna impossível essa tarefa de descrever e explicar o que vai dentro de mim. Porque é amor, este amor tão repentino, tão inesperado, tão improvável, que nos surpreendeu mas que valeu a pena, mas que vale a pena, porque sou assim… simplesmente feliz!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Message in a bottle

Estico-me para a direita e depois para a esquerda, afasto o gato e dou voltas... Sinto o teu cheiro e a ausência custa-me ainda mais... Deitada aqui sozinha imagino que me encosto a ti, pouso a cabeça no teu peito e como é hábito leio-te em voz alta... esperando que o som da minha voz atravesse o Atlântico e chegue até ti para te levar um bocadinho de casa...

"Referência

Quantas vezes te digo
quantas vezes...
que és para mim
o meu homem amado?

O que chega primeira
e só parte, por vezes
antes de eu perceber
que já tinhas voltado

Quantas vezes te digo
quantas vezes...
que és para mim
o meu homem amado?

Aquele que me beija
e me possui,
me toma e me deixa
ficando a meu lado

Quantas vezes te digo
quantas vezes...
que és para mim
o meu homem amado?

Que sempre me enlouquece
e só aí percebo
como estava perdida
sem te ter encontrado."

Maria Teresa Horta