segunda-feira, 10 de maio de 2010

When I was 16...

Lembro-me das primeiras saídas à noite, da adrenalina a correr rápida em mim, das danças, das músicas, das cumplicidades, das vergonhas, dos complexos, das loucuras, dos beijos roubados, dos crimes imperfeitos, dos segredos para sempre enterrados, da verdade e consequência, do amanhecer, do anoitecer, das desilusões, das ilusões, dos sonhos, das certezas, das interrogações, da sede de viver e crescer.

Parece que já foi há uma eternidade que fui adolescente, uma outra vida, uma transição que se fez tão rapidamente, tão imperceptivelmente, que não dei por ela. Mas a verdade é que quando passo na minha antiga rua e entro na casa, onde vivi 24 anos, já não a sinto minha. Sinto-a parte de uma realidade distante, que relembro já com muitas nuvens e pouca nitidez.

Não tenho saudades. É estranho ouvir e ler toda a gente a afirmar a nostalgia, a saudade com que relembra esses dias. Eu não sinto isso, o que não quer dizer que tenha sido profundamente infeliz. Olho para todas as partes do meu passado e vejo-as como tal, passado. Todas essas vivências contribuíram para a minha vida no presente, no meu agora, tendo sido por isso fundamentais. Cada ferida, cada queda, tiveram um propósito, contribuíram um bocadinho para eu ser quem sou.

Se gostei do que vivi? Claro que sim! Mas não queria voltar a passar por essa fase. Já a vivi agora é tempo de evoluir, de progredir. O que ao contrário do que a maioria pensa não implica ter que me tornar numa velha chata. Corresponde a fazer o que neste momento me dá mais prazer, que já não é o mesmo que aos 16 anos. Porque a mudança é inevitável e resistir é estagnar.

1 comentário:

Diana disse...

Acho que é a isso que se chama crescer. Tás a ficar grande! :)