domingo, 17 de janeiro de 2010

There it goes....my precious...

Fui assaltada. Num ápice perdi a sensação de falsa segurança que sempre tive. Cometi um erro, entrei no carro e não o tranquei. Ele entrou pelo carro adentro pegou na minha pasta e zarpou.

O senhor polícia diz que ele deve ter pensado que a pasta tinha o meu portátil. Mas não tinha, lá apenas existia o livro de geografia de sétimo ano, trabalhos dos alunos e o meu objecto mais precioso. O meu disco externo. Tinha lá tudo.

E backup perguntam vocês? Sim, de algumas coisas sim. Mas não de tudo. Agora não há muito a fazer para além de seguir caminho, tentar reunir o que se perdeu, tentar viver sem que o que se perdeu.

Mas o mais complicado é mesmo voltar a sair à rua e conseguir fechar os olhos. Na primeira noite não consegui dormir. Na segunda noite já consegui, mas tive pesadelos. Já voltei a sentar-me no carro. Mas não é a mesma coisa. O medo, a insegurança, o pânico percorrem-me sempre que vejo alguém a aproximar-se. Logo eu que nunca fui de medos ou histerias.
Sim, eu sei que tive muita sorte. Eu sei que facilmente me poderia ter encostado uma arma e ter-me feito aquilo que bem quisesse. Tive sorte dentro do azar, este pensamento tão tipicamente português. Eu sei que sim. Mas na verdade não consigo deixar de lamentar o meu descuido, o meu erro e pensar que dava tanto para ter aquele disco de volta. Trocava a mala, que ficou esquecida ao lado, pela pasta. Sem hesitar.

Agora vivo com medo e eu não gosto de viver assim. Mesmo nada.

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