domingo, 20 de junho de 2010

Sr. Aníbal Silva...

... hoje confirmou que, de facto, não é o Presidente de todos os portugueses.

4 comentários:

Nuno disse...

Bem pelo contrário... foi coerente quando todos os outros quiseram que fosse demagogo!!
Afinal de contas, não me parece que o próprio Saramago o quisesse no seu funeral!! Não foi ele próprio que disse que não o cumprimentaria se se cruzasse com ele numa qualquer ocasião? Porque raio é que haveria de o querer no seu próprio funeral??
Cavaco Silva respeitou a memória de Saramago como ninguém ao não estar presente (não deixando, ainda assim, de cumprir a sua "obrigação" enquanto chefe de estado ao enviar a sua mensagem e fazer-se representar pelos chefes das suas casas civil e militar).
O resto... é demagogia barata de quem nunca estaria contente com qualquer atitude do presidente, fosse ela qual fosse, só por não ser do mesmo campo político do escritor. Sim, porque se o Presidente tivesse estado presente, não faltariam vozes de acusação de aproveitamento eleitoral por estar presente num funeral de alguém que não o quereria ter por lá, para piscar o olho ao eleitorado de esquerda!
Mas em Portugal é assim... ninguém pode ser congruente, que leva logo com meio mundo em cima! Mais vale ser demagógico como certos governantes que por aí andam.

Ribeiro Santos disse...

Concordo plenamente com o comentário anterior, e fico contente, porque das diversas discussões que tive sobre o assunto era sempre o único a "defender" o PR.

Acrescento, que para mim, muito mau é querem à força que o Saramago "fique" em Lisboa, quando ele próprio disse que não gostava de Portugal (só para publicar os seus livros).

Agora ridiculamente até transplantam uma oliveira para Lisboa, para ele repousar como queria: "junto a uma oliveira centenária da Azinhaga".

Penso que isso é que é falta de respeito.

Será que, para os que cá ficam, não terão muito mais projecção se ficarem na capital do que numa terrinha pouco conhecida?

R disse...

Discordo com ambos... Nesta situação o Presidente da República não era o Aníbal Cavaco Silva, neste momento era o Presidente da República Portuguesa e o Presidente não tem arrufos com individualidades. Gostando-se ou não do estilo, concordando-se ou não com as ideias, José Saramago ganhou o Nóbel da Literatura e é impossível negar que era importante no panorama cultural português.

Assim, o Presidente da República deveria ter agido como tal e não como Aníbal Cavaco Silva. Deveria ter-se transcendido o que é difícil, mas não impossível.

Nuno disse...

Não concordo em nada... Nestes dias morreu um judoca, que dentro da sua área era importante para o país: ainda este ano, já com cancro, ganhou uma medalha para o país... Isso significa que o Presidente deveria ter a obrigação de ter ido ao funeral dele? Então o Presidente não fazia outra coisa na vida para além de ir a funerais.
E, quanto a mim, esse jovem judoca fez bem mais por Portugal que Saramago, que obviamente não é lido em português pelos estrangeiros, mas sim traduzido na sua língua (o que desfaz o mito de fazer muito pela divulgação da língua portuguesa, não sei onde raio se vai buscar essa ideia!) e vivia em Espanha, renegando Portugal... Ao passo que esse judoca, levava a bandeira portuguesa a subir ao mastro da consagração em eventos internacionais.
Não está aqui minimamente em causa o valor literário de Saramago. Mas acho ridículo querer elevá-lo a mais do que o escritor que foi, uma vez que ele próprio sempre fez por renegar a sua "portugalidade".